Informazioni sulla canzone In questa pagina puoi trovare il testo della canzone Lei Áurea, artista - Zap-san
Data di rilascio: 14.07.2021
Linguaggio delle canzoni: portoghese
Lei Áurea |
Eles juram que estamos livres |
Que a princesa branca era uma heroína com diretrizes |
Que nos livrou do sufoco, dos troncos |
Dos trancos, barrancos, do caos, da crise |
Digna de fé, santa Isabel, livrou as correntes de nossos pés |
A professora disse que se ela não agisse |
Ninguém faria com que a escravatura se abolisse |
Ignorando a luta de Zumbi |
Menosprezando, assim, mortos, negros mutilados |
Sozinho eu descobri que o castigo |
Ía muito além de serem amarrados e chicoteados |
Tortura imoral, pra cada desobediência até corte na genital |
«Castiguem esse negro! |
Só não machuque suas mãos e seus dedos, pra não perdermos um serviçal» |
Pedras no caminho, tudo contra esses neguinho |
Até a porra do «Pe…» era «…lourinho» |
Vida em desalinho, dia a dia contando os mortos num lento extermínio |
Å professora disse que só se teve um fim em 1888 |
Foi necessário, na aula de Matemática |
Eu fazer as conta e ver que enfim, que pior, isso mal fez um centenário |
As chibatadas de hoje em dia: verbas desviadas, educação falida |
A feijoada de hoje em dia: cota em faculdades e Bolsa-Família |
Brasil, 500 de história e os mesmos 500 de escravidão |
Os pretos e pretas antes batiam continência, hoje em dia batem cartão |
E os capitão do mato, hoje em dia fardados, motorizados |
Com o mesmo sarcasmo e malícia |
Upgrade do chicote, hoje é cacetete de polícia |
Atualizaram os negreiros também |
Alguns deles até têm o logo da Mercedes Benz |
Vão e vêm das quebradas, das favelas, becos, vielas |
Que atualmente são nossas senzalas |
Tudo como antes, só que aqui jaz |
O espírito quilombola, como o de nossos ancestrais |
Ainda levamos chibatadas |
A diferença é que a nossa essência hoje é uma feijoada enlatada |
Banzos numa missão áspera |
A resistência podia fazer parte dessa diáspora |
O frio em nossas vísceras é a prova |
Que as nossas vidas não tão prósperas, um tanto míseras |
Sinal que a tal da abolição não era verdade |
A escravidão só se travestiu de liberdade |
Capricharam na maquiagem |
Porque tem gente acreditando nessa farsa, mesmo atrás das grades |
Todo mundo olhava pro fundo da sala, aquela |
Verdade é um travesti escandaloso então quase ninguém fala 'ela' |
Na tela é: «Uau, gueto!» |
A vera é que as amigas da princesa e ela eram fãs de um pau preto |
Então conheça a dor de ser tratado igual esterco e vendido |
A preço de banana por essa elite de bandido |
Que nos quis morto eternamente em berço esplêndido |
Não entende? Somos remix do João Cândido |
Chega de extermínio e defunto com a consciência |
Negra perdendo irmãos junto com a paciência |
Então eu te pergunto o que é potência crucial |
É acharmos a saída de emergência social |
Eles nos tiraram tudo e agora temos centavos |
Então o que que te faz se sentir menos escravo? |
Ou menos lixo na jaula da escória? |
O corre é pra que um de nós nunca mais se sinta bicho na aula de História! |