| Eles querem que alguém |
| Que vem de onde nóiz vem |
| Seja mais humilde, baixe a cabeça |
| Nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda |
| (E eu) quero é que eles se… |
| Eles querem que alguém |
| Que vem de onde nóiz vem |
| Seja mais humilde, baixe a cabeça |
| Nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda |
| (E eu) quero é que eles se… |
| Nunca deu nada pra nóiz, caralho |
| Nunca lembrou de nóiz, caralho |
| Nunca deu nada pra nóiz, caralho |
| Nunca lembrou de nóiz, caralho |
| Porque eu sou Tempestade, mas entrei na mente, tipo Jean Grey |
| Xinguei, quem diz que mina não pode ser sensei? |
| Ginguei, sim, sei, desde a Santa Cruz, playboys |
| Deixei em choque, tipo Racionais, «Hey Boy!» |
| Tanta ofensa, luta intensa nega a minha presença |
| Chega! Eu sou voz das nega que integra resistência |
| Truta, rima a conduta, surta, escuta, vai vendo, e |
| Tempo das mulher fruta, eu vim menina veneno |
| Sistema é faia, gasta, arrasta Cláudia que não raia |
| Basta de Globeleza, fi-fi-firmeza? Mó faia! |
| Rima pesada basta, eu falo memo, igual Tim Maia |
| Devasta esses otário, tipo calendário Maia |
| Feminismo das preta bate forte, mó treta |
| Tanto que hoje cês vão sair com medo de bu… |
| Drik Barbosa, não se esqueça |
| Se os outros é de tirar o chapéu, nóiz é de arrancar as cabeça |
| Ae, alguém avisa o Feliciano |
| Que a maldição da África foi o europeu cristão caucasiano |
| Mancha de sangue na batina real |
| Constantino foi tipo Edir Macedo dos tempos feudal |
| Queima de arquivo, não batismo |
| Que a igreja não cita |
| Faz te lembrar de Joana Dark, mas não fala sobre Kimpa Vita |
| Aonde o caos levita, cê não entendeu |
| E o que é diabo perto do homem que matou em nome de deus |
| O ano era 1500, os «português» pisaram aqui |
| Rezaram a missa, pra iniciar a caça ao povo Tupi |
| Invasão por luto, da realeza blasé |
| Tataravô dos mesmos que hoje critica o MST |
| No país das perna aberta, política é futebol |
| Legaliza, desvia verba, crime é portar Pinho Sol |
| Que guindaste suporta esse peso? |
| E pra num ser 4:20, um jovem negro um dia foi preso |
| Mas, mano, sem identidade somos objeto da história |
| Que endeusa «herói» e forja, esconde os retos na história |
| Apropriação há eras, desses tá repleto na história |
| Mas nem por isso que eu defeco na escória |
| Pensa que eu num vi? |
| Eu senti a herança de Sundi |
| Ata, não morro incomum e |
| Pra variar, herdeiro de Zumbi |
| Segura o boom, fi |
| É um e dois e três e quatro, não importa, já que querem eu cego |
| Eu tô pra ver um daqui sucumbir (não!) |
| Pela honra vinha Man… |
| Dume: tira a mão da minha mãe! |
| Farejam medo? Vão ter que ter mais faro |
| Esse é o valor dos reais: caros |
| Ao chamado do alimamo: Nkosi Sikelel', mano |
| Só sente quem teve banzo |
| Eu não consigo ser mais claro! |
| Olha pra onde os do gueto vão |
| Pela dedução de quem quer redução |
| Respeito, não vão ter por mim? |
| Protagonista, ele é preto, sim |
| Pelo gueto, vim mostrar o que difere |
| Não é a genital ou o «macaco!» que fere |
| É igual me jogar aos lobos |
| Eu saio de lá vendendo colar de dente e casaco de pele |
| Memes de negro é: me inspira a querer ter um rifle |
| Memes de branco é: não trarão de volta Yan, Gamba e Rigue |
| Arranca meu dente no alicate |
| Mas não vou ser mascote de quem azedar marmita |
| Sou fogo no seu chicote |
| Enquanto a pessoa for morte, pra manter a ideia viva |
| Domado eu não vivo, eu não quero ser o crivo |
| E ver minha mãe jogar rosas, ô |
| Sou cravo vivido dentre os espinhos treinados com as pragas da horta |
| Pior que eu já morri tantas, antes de você me encher de bala |
| Não marca, nossa alma sorri |
| Brilhar é resistir nesse campo de fardas, ô |
| Eles querem que alguém |
| Que vem de onde nóiz vem |
| Seja mais humilde, baixe a cabeça |
| Nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda |
| (E eu) quero é que eles se… |
| Eles querem que alguém |
| Que vem de onde nóiz vem |
| Seja mais humilde, baixe a cabeça |
| Nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda |
| (E eu) quero é que eles se… |
| Nunca deu nada pra nóiz, caralho |
| Nunca lembrou de nóiz, caralho |
| Nunca deu nada pra nóiz, caralho |
| Nunca lembrou de nóiz, caralho |
| Banha meu símbolo, borda meu manto, que eu vou subir como rei |
| Cês vive da minha cicatriz, eu tô pra ver sangrar o que eu sangrei |
| Com a mente a milhão, livre como Kunta Kinte, eu vou ser o que eu quiser |
| Tá pra nascer playboy pra entender o que foi ter as correntes no pé, uh |
| Falsos quanto Kleber Aran, os vazio abraça |
| La Revolução tucana, hip-hop reaça |
| Doce na boca, lança perfume na mão, manda o mundo se foder |
| São os nóia da Faria Lima, jão, é a Cracolândia blasé |
| Aê, Jesus de polo listrada, no corre, corte degradê |
| Descola o poster do 2Pac, que cês nunca vão ser |
| Original favela, Golden Era, rua no mic |
| Hoje os boy paga de 'drão, ontem nóiz tomava seus Nike |
| Os vira-lata de vila e os pitbull de portão |
| Muzzike, filho de faxineira, eu passo o rodo nesses cuzão |
| Ando com a morte no bolso, espinhos no meu coração |
| As hienas tão rindo de quê, se o rei da savana é o leão? |
| Canta pra saldar, negô, seu rei chegou |
| Sim, Alaafin, vim de Oyó, Xangô |
| Daqui de Mali, pra Cuando, de Yorubá ao banto |
| Não temos papa, nem na língua ou em escrita sagrada |
| Não, não na minha gestão, chapa |
| Abaixa sua lança-faca, espingarda faiada |
| Meia-volta na barca, Europa se prostra |
| Sem ideia torta, no rap, eu vou na frente da tropa |
| É, sem eucaristia no meu cântico |
| Me veem na Bahia em pé, dão ré no Atlântico |
| Tentar nos derrubar é secular |
| Hoje, chegam pelas avenidas, mas já vieram pelo mar |
| Oya, todos temos a bússola de um bom lugar |
| Uns apontam pra Lisboa, eu busco Omongwa |
| Se a mente daqui pra frente é inimiga |
| O coração diz que não está errado, então, siga! |
| Dores em Loop-cínio, os cu diz símio, o quê? |
| Ao ver o Simonal que cês não vai foder |
| Grande, tipo Ron Mueck, morô muleque? Zé do Caroço |
| Quer Photoshop melhor que dinheiro no bolso? |
| Vendo os rap vender igual Coca, fato |
| Não, não, melhor, entre nóiz não tem cabeça de rato |
| É Brasil, exterior, capital, interior |
| Vai ver nóiz gargalhando com o peito cheio de rancor |
| Como prever que freestyles, vários necessários |
| Vão me dar a coleção de Miley Cyrus |
| Misturei Marley, Cairo, Harlem, Pairo, firmeza? |
| Tipo Mario, entrei pelo cano mas levei as princesas |
| Várias diss, não sou santo, ímã de inveja é banto |
| Fui na Xuxa pra ver o que fazer, se alguém menor te escreve tanto |
| Tô pelo adianto e a favela, entendeu? |
| Considere, se a miséria é foda, chapa, imagina eu |
| Scorsese, minha tese, não teme, não deve, tão breve |
| São só vitórias do gueto, luz pra quem serve |
| Na trama, conhece os louro da fama |
| Ok, agora olha os preto, chama! |
| Nunca deu nada pra nóiz, caralho |
| Nunca lembrou de nóiz, caralho |
| Nunca deu nada pra nóiz, caralho |
| Nunca lembrou de nóiz, caralho |
| Caminhando contra o vento, censo |
| Sem documento e lenço |
| Vi suas linha cair pra direita, tipo um pipa penso |
| No clima tenso, eu venço em batalhas, vida e freestyle |
| E o mais perto que cê chegou disso foi um 8 Mile |
| Antes de ser cool, Kool Herc, Hip-hop |
| Que uns conheceram ontem no Get Down, eles são Hype-Hop |
| Nas tropicália de censura no ato |
| Contra quem tá com a mente em 2964 |
| Fazem piada e a mira tá pra cá |
| É a nova KKK, cês riem: kkk |
| Usam frase do movimento pra vender papel higiênico |
| Tiração, me faz lembrar quão merda os racistas são |
| Pega a visão black |
| Minha tinta no papel vale milhão |
| Parece que eu componho no talão de cheque |
| Da lama pra primeira classe, chamem de progresso |
| Mas não quero só cinco estrelas, eu quero o universo |
| Eles querem que alguém |
| Que vem de onde nóiz vem |
| Seja mais humilde, baixe a cabeça |
| Nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda |
| Eu quero é que eles se (foda) |
| Eles querem que alguém |
| Que vem de onde nóiz vem |
| Seja mais humilde, baixe a cabeça |
| Nunca revide, finja que esqueceu a coisa toda |
| Eu quero é que eles se… |
| Nunca deu nada pra nóiz, caralho |
| Nunca lembrou de nóiz, caralho |
| Nunca deu nada pra nóiz, caralho |
| Nunca lembrou de nóiz, caralho |