Informazioni sulla canzone In questa pagina puoi trovare il testo della canzone Testemunho, artista - Mv Bill.
Data di rilascio: 08.06.2002
Limiti di età: 18+
Linguaggio delle canzoni: portoghese
Testemunho |
Boca ressecada, coração acelerado\nReflexo no espelho, homem desesperado\nMais um drogado a noite inteira alucinado\nMaltrapilho, abandonado, vivendo isolado\nSe é que podia chamar isso de viver\nVegetava sem ver minha filha crescer\nO amanhecer do dia me incomodava\nTodo sujo nem me arrumava\nEu não me preocupava comigo\nA maior parte do meu tempo vivia escondido\nPorradão de dez, de cinco, de três\nDe dia trabalhava, a noite só mais um freguês\nDinheiro evaporava, débito no banco\nA maior parte do salário virava pó branco\nConstantemente minha patroa reclamava\nQue eu cheirava todo dia e a tempo não a amava\nSe esforçava, queria me ajudar\nMe jurava de abandono se eu não conseguisse mudar\nE voltar a ser um chefe de família\nDar atenção a minha mulher e carinho a minha família\nA mesma que eu humilhei no dia que cheguei\nPancado eu peguei seu quadro e quebrei\nOu da vez que eu alarmei a favela\nAcho que sujei o nome dela\nDei mole me tornei um cara infeliz\nMeu raciocínio toda via via meu nariz\nNão pensei em quem estava ao meu redor\nTransformei meus familiares em reféns do pó\nViciado, comecei ainda de menor\nJunto com os amigos e fiquei simplesmente só\nMe entorpecia e me sentia mais potente\nDepois sem potência em decadência virei dependente\nFoi a vida bandida\nEspero te encontrar em outro lugar\nMinha sogra levou meu nome pra igreja\nEu ficava no bar com conhaque e com cerveja\nTive a chance de uma vida normal\nCom os amigos penetrei no caminho do mal\nDesespero na cara, fila cheia\nO sangue envenenado corria em minha veia\nQuanto mais eu tinha, mais eu queria\nMinha mulher não, não merecia\nAliás ninguém merece\nUm cara como eu foi que do mundo se esquece\nEntristece quem quer ver seu bem\nQuando eu me transformava, não pensava em ninguém\nAssim seguia, insistia a semana inteira\nMinha moral foi reduzida a poeira\nGeladeira, bicicleta, televisão\nTudo pro nariz acompanhado de uma depressão\nDe que forma ser homem de verdade\nDeixando meus parentes passarem por necessidades\nSem vaidade, grilado na mesa de bar\nCercado de mocinha querendo tecar\nSem pagar, ta ligado, isso compromete\nCafungar sem din-din custa um boquete\nPutaria, sexo grupal\nFazendo sem vontade pra manter a minha pose de mau\nNa real, cada dia mais sem graça\nFoi numa dessas que levei gonorreia pra casa\nMinha mulher gritava, como gritava\nEu me controlava, não tinha nem palavras\nDerrota, onde meu rio deságua\nRaiva passa, fica só a magoa\nA vida corre e a ferida continuava aberta\nAcordado a noite inteira com a mente sempre alerta\nFoi perdida a vida querida\nQue Deus me ajude a te recuperar\nEndividado até o pescoço, vagando, só no osso\nPerdi minha fama de bom moço\nFamília foi embora depois do meu juízo\nSó não perdia meu vicio, que sacrifício\nQue sacrilégio, sem privilégio, tem parar\nBastava um copo de cerveja pra eu voltar\nE me entregar que nem brinquedo na mão do palhaço\nPor causa disso eu já vi gente levar um balaço\nNo meio lata, que violento\nMinha pipa ta sem vento, sofrendo ao relento, morrendo\nSe eu perdesse meu emprego ia ficar pior\nPerdia a hora todo dia por causa do pó\nPrometi varias vezes que ia parar\nMas tinha alguma coisa mas forte que vinha me buscar\nMe sufocava, me ensurdecia\nMe cegava, me acabava, me enlouquecia\nEnvelhecido no quarto escuro sem futuro\nMinha cadeia era sem muro\nMeu rosto traz a marca da noite mal dormida\nJunto com as marcas das porradas que levei da vida\nProcesso de descida, passagem só de ida\nSem força pra montar a base que foi destruída\nSem valor, sem carinho e sem amor\nSer mais fraco que o vicio me fazia sentir mais dor\nNão vejo rosto, não reconheço ninguém\nNa multidão ouço uma voz dizendo amém\nEra uma senhora de saia cumprida\nDizendo que o onipotente tinha planos pra minha vida\nMe apontando, foi se aproximando, gelei\nLevou a mão até a minha testa, ajoelhei\nFalou que a solução dos meus problemas era Jesus\nA partir desse momento eu comecei enxergar uma luz\nTive esperança, fiquei otimista\nDe ser um homem livre e virar artista\nTerça, quarta e sexta culto na igreja\nNa primeira fila tava eu pedindo mais firmeza\nMais certeza, mais distância do abismo\nA luta era constante contra a força do meu organismo\nMe tonteava, me deixava em alucinação\nOs irmãos dizendo que aquilo era parte da provação\nO inimigo me queria novamente\nEscravizar minha matéria e dominar minha mente\nFui medicado, fui internado\nConversando com as paredes, numa clínica de viciado\nAmarrado, injeção todo dia\nQuem fugia apanhava e tomava banho de água fria\nNo dia a dia, lá se foi um mês sem cheirar\nFui visitado por um grupo chamado N. A\nNarcóticos Anônimos, alugaram um ônibus\nPra levar um grupo de pessoas como eu pra ver\nOutros irmãos que eles ajudaram a vencer\nMe apeguei a Cristo e fiz por merecer\nAquilo me afastava do circulo vicioso\nPreenchendo cada vez mais o meu tempo ocioso\nEntreguei meu coração ao poderoso\nNo meu dia de batismo deixei meu pai muito orgulhoso\nDe cara limpa, protestante, consciente\nPodendo receber a alcunha de estar com dependente\nEu que pensei que minha vida tava morta\nAgora eu sei que Deus escreve certo por linhas tortas\nTer de volta minha família ao meu lado\nA mutação da minha vida me deixou maravilhado\nAs reuniões com N.A. foram importantes\nAs ruas convidavam minha carne a todo instante\nParte do meu corpo ainda esta contaminado\nMas passo a impressão de totalmente recuperado\nBem arrumado, recuperei meu laço\nHoje a arma que eu carrego á a bíblia embaixo do braço\nFortalecer a corrente dos salvos\nOu enfraquecer a corrente dos fracos\nNão me envergonho da minha história\nDou testemunho na igreja e dou palestra em escola\nToco a minha bola como se fosse o começo\nTive outra chance mesmo sem saber se eu mereço\nFavela que eu entrava e ficava pancadão\nHoje eu entro pra fazer a corrente de libertação\nSem atenção, essa é minha missão\nConvencer as outras pessoas a aceitarem a salvação\nGloria a Deus, aleluia, na paz do Senhor\nPrego a palavra do Altíssimo que é o Salvador\nAmor, louvor, fé, esperança\nPuro como sorriso de uma criança\nCom a liberdade no meu punho\nMeu nome não importa, esse foi meu testemunho\nFoi a vida perdida |