![Faroeste Caboclo - Renato Russo](https://cdn.muztext.com/i/3284755192483925347.jpg)
Data di rilascio: 30.06.2008
Etichetta discografica: Discobertas
Linguaggio delle canzoni: portoghese
Faroeste Caboclo(originale) |
Não tinha medo o tal João de Santo Cristo |
Era o que todos diziam quando ele se perdeu |
Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda |
Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu |
Quando criança só pensava em ser bandido |
Ainda mais quando com um tiro de soldado o pai morreu |
Era o terror da cercania onde morava |
E na escola até o professor com ele aprendeu |
Ia pra igreja só pra roubar o dinheiro |
Que as velhinhas colocavam na caixinha do altar |
Sentia mesmo que era mesmo diferente |
Sentia que aquilo ali não era o seu lugar |
Ele queria sair para ver o mar |
E as coisas que ele via na televisão |
Juntou dinheiro para poder viajar |
De escolha própria, escolheu a solidão |
Comia todas as menininhas da cidade |
De tanto brincar de médico, aos doze era professor |
Aos quinze, foi mandado pro reformatório |
Onde aumentou seu ódio diante de tanto terror |
Não entendia como a vida funcionava |
Discriminação por causa da sua classe e sua cor |
Ficou cansado de tentar achar resposta |
E comprou uma passagem, foi direto a Salvador |
E lá chegando foi tomar um cafezinho |
E encontrou um boiadeiro com quem foi falar |
E o boiadeiro tinha uma passagem e ia perder a viagem |
Mas João foi lhe salvar |
Dizia ele: «Estou indo pra Brasília |
Neste país lugar melhor não há |
Tô precisando visitar a minha filha |
Eu fico aqui e você vai no meu lugar» |
E João aceitou sua proposta |
E num ônibus entrou no Planalto Central |
Ele ficou bestificado com a cidade |
Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal |
«Meu Deus, mas que cidade linda |
No Ano-Novo eu começo a trabalhar» |
Cortar madeira, aprendiz de carpinteiro |
Ganhava cem mil por mês em Taguatinga |
Na sexta-feira ia pra zona da cidade |
Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador |
E conhecia muita gente interessante |
Até um neto bastardo do seu bisavô |
Um peruano que vivia na Bolívia |
E muitas coisas trazia de lá |
Seu nome era Pablo e ele dizia |
Que um negócio ele ia começar |
E Santo Cristo até a morte trabalhava |
Mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar |
E ouvia às sete horas o noticiário |
Que sempre dizia que o seu ministro ia ajudar |
Mas ele não queria mais conversa |
E decidiu que, como Pablo, ele ia se virar |
Elaborou mais uma vez seu plano santo |
E sem ser crucificado, a plantação foi começar |
Logo logo os maluco da cidade souberam da novidade |
«Tem bagulho bom ai!» |
E João de Santo Cristo ficou rico |
E acabou com todos os traficantes dali |
Fez amigos, frequentava a Asa Norte |
E ia pra festa de rock, pra se libertar |
Mas de repente |
Sob uma má influência dos boyzinho da cidade |
Começou a roubar |
Já no primeiro roubo ele dançou |
E pro inferno ele foi pela primeira vez |
Violência e estupro do seu corpo |
«Vocês vão ver, eu vou pegar vocês» |
Agora o Santo Cristo era bandido |
Destemido e temido no Distrito Federal |
Não tinha nenhum medo de polícia |
Capitão ou traficante, playboy ou general |
Foi quando conheceu uma menina |
E de todos os seus pecados ele se arrependeu |
Maria Lúcia era uma menina linda |
E o coração dele pra ela o Santo Cristo prometeu |
Ele dizia que queria se casar |
E carpinteiro ele voltou a ser |
«Maria Lúcia pra sempre vou te amar |
E um filho com você eu quero ter» |
O tempo passa e um dia vem na porta |
Um senhor de alta classe com dinheiro na mão |
E ele faz uma proposta indecorosa |
E diz que espera uma resposta, uma resposta do João |
«Não boto bomba em banca de jornal |
Nem em colégio de criança isso eu não faço não |
E não protejo general de dez estrelas |
Que fica atrás da mesa com o cu na mão |
E é melhor senhor sair da minha casa |
Nunca brinques com um Peixes de ascendente Escorpião» |
Mas antes de sair, com ódio no olhar, o velho disse |
«Você perdeu sua vida, meu irmão» |
«Você perdeu a sua vida meu irmão |
Você perdeu a sua vida meu irmão |
Essas palavras vão entrar no coração |
Eu vou sofrer as consequências como um cão» |
Não é que o Santo Cristo estava certo |
Seu futuro era incerto e ele não foi trabalhar |
Se embebedou e no meio da bebedeira |
Descobriu que tinha outro trabalhando em seu lugar |
Falou com Pablo que queria um parceiro |
E também tinha dinheiro e queria se armar |
Pablo trazia o contrabando da Bolívia |
E Santo Cristo revendia em Planaltina |
Mas acontece que um tal de Jeremias |
Traficante de renome, apareceu por lá |
Ficou sabendo dos planos de Santo Cristo |
E decidiu que, com João ele ia acabar |
Mas Pablo trouxe uma Winchester-22 |
E Santo Cristo já sabia atirar |
E decidiu usar a arma só depois |
Que Jeremias começasse a brigar |
Jeremias, maconheiro sem-vergonha |
Organizou a Rockonha e fez todo mundo dançar |
Desvirginava mocinhas inocentes |
Se dizia que era crente mas não sabia rezar |
E Santo Cristo há muito não ia pra casa |
E a saudade começou a apertar |
«Eu vou me embora, eu vou ver Maria Lúcia |
Já tá em tempo de a gente se casar» |
Chegando em casa então ele chorou |
E pro inferno ele foi pela segunda vez |
Com Maria Lúcia Jeremias se casou |
E um filho nela ele fez |
Santo Cristo era só ódio por dentro |
E então o Jeremias pra um duelo ele chamou |
«Amanhã às duas horas na Ceilândia |
Em frente ao lote 14, é pra lá que eu vou |
E você pode escolher as suas armas |
Que eu acabo mesmo com você, seu porco traidor |
E mato também Maria Lúcia |
Aquela menina falsa pra quem jurei o meu amor» |
E o Santo Cristo não sabia o que fazer |
Quando viu o repórter da televisão |
Que deu notícia do duelo na TV |
Dizendo a hora e o local e a razão |
No sábado então, às duas horas |
Todo o povo sem demora foi lá só para assistir |
Um homem que atirava pelas costas |
E acertou o Santo Cristo começou a sorrir |
Sentindo o sangue na garganta |
João olhou pras bandeirinhas e pro povo a aplaudir |
E olhou pro sorveteiro e pras câmeras e |
A gente da TV que filmava tudo ali |
E se lembrou de quando era uma criança |
E de tudo o que vivera até ali |
E decidiu entrar de vez naquela dança |
«Se a via-crucis virou circo, estou aqui» |
E nisso o sol cegou seus olhos |
E então Maria Lúcia ele reconheceu |
Ela trazia a Winchester-22 |
A arma que seu primo Pablo lhe deu |
«Jeremias, eu sou homem. |
coisa que você não é |
E não atiro pelas costas não |
Olha pra cá filha da puta, sem vergonha |
Dá uma olhada no meu sangue e vem sentir o teu perdão» |
E Santo Cristo com a Winchester-22 |
Deu cinco tiros no bandido traidor |
Maria Lúcia se arrependeu depois |
E morreu junto com João, seu protetor |
E o povo declarava que João de Santo Cristo |
Era santo porque sabia morrer |
E a alta burguesia da cidade |
Não acreditou na história que eles viram na TV |
E João não conseguiu o que queria |
Quando veio pra Brasília, com o diabo ter |
Ele queria era falar pro presidente |
Pra ajudar toda essa gente que só faz |
Sofrer |
(traduzione) |
Il tale João de Santo Cristo non aveva paura |
Questo è quello che hanno detto tutti quando si è perso |
Ha lasciato dietro di sé tutta la stasi della fattoria |
Solo per sentire nel tuo sangue l'odio che Gesù ti ha dato |
Da bambino pensavo solo a fare il ladro |
A maggior ragione quando con il colpo di un soldato il padre è morto |
Era il terrore dell'ambiente in cui vivevo |
E a scuola anche l'insegnante ha imparato da lui |
Sono andato in chiesa solo per rubare i soldi |
Che le vecchiette mettono nella piccola tribuna |
Mi sentivo davvero come se fosse diverso. |
Sentiva che quello non era il suo posto |
Voleva uscire a vedere il mare |
E le cose che ha visto in televisione |
Raccolto soldi per poter viaggiare |
Di sua scelta, scelse la solitudine |
Ho mangiato tutte le bambine della città |
Dopo aver giocato tanto al dottore, a dodici anni era insegnante |
A quindici anni fu mandato in riformatorio |
Dove è cresciuto il tuo odio di fronte a tanto terrore |
Non capivo come funzionava la vita |
Discriminazione a causa della tua classe e del tuo colore |
Stanco di cercare di trovare una risposta |
E comprato un biglietto, andò direttamente a Salvador |
E quando è arrivato lì, ha preso un caffè |
E trovò un cowboy con cui andò a parlare |
E il pastore aveva un biglietto e doveva saltare il viaggio |
Ma John è andato a salvarlo |
Ha detto: «Vado a Brasilia |
In questo paese non c'è posto migliore |
Ho bisogno di visitare mia figlia |
Io resto qui e tu vai al mio posto» |
E João ha accettato la tua proposta |
E su un autobus è entrato Planalto Central |
Era sbalordito dalla città |
Lasciando la stazione degli autobus, vide le luci di Natale |
«Mio Dio, che bella città |
Il Capodanno comincio a lavorare» |
Taglio legno, apprendista falegname |
Guadagnavo centomila al mese a Taguatinga |
Venerdì sono andato in città |
Spendi tutti i soldi del tuo ragazzo che lavora |
E conoscevo molte persone interessanti |
Anche un nipote bastardo del tuo bisnonno |
Un peruviano che viveva in Bolivia |
E molte cose ho portato da lì |
Si chiamava Pablo e disse |
Che attività stava per iniziare |
E Santo Cristo fino alla morte ha funzionato |
Ma i soldi non gli bastavano da sfamare |
E ascoltato il notiziario alle sette |
Che ha sempre detto che il suo ministro l'avrebbe aiutato |
Ma non voleva più parlare |
E decise che, come Pablo, si sarebbe girato |
Elaborò ancora una volta il suo santo piano |
E senza essere crocifisso, è iniziata la semina |
Presto i pazzi della città vennero a conoscenza della notizia |
"Ci sono delle cose buone lì!" |
E João de Santo Cristo si è arricchito |
Ed è finito con tutti i trafficanti lì |
Fatto amicizia, frequentato Asa Norte |
Sono andato alla festa rock, per liberarmi |
Ma improvvisamente |
Sotto la cattiva influenza del ragazzo della città |
Ha iniziato a rubare |
Nella prima rapina, ha ballato |
E al diavolo è andato per la prima volta |
Violenza e stupro del tuo corpo |
«Vedrai, ti prenderò» |
Ora il Santo Cristo era un ladro |
Impavido e temuto nel distretto federale |
Non avevo paura della polizia |
Capitano o spacciatore, playboy o generale |
Fu allora che incontrò una ragazza |
E di tutti i suoi peccati si pentì |
Maria Lucia era una bella ragazza |
E il suo cuore per lei il Santo Cristo ha promesso |
Ha detto che voleva sposarsi |
Ed era di nuovo un falegname. |
«Maria Lucia ti amerò per sempre |
E un figlio con te che voglio avere» |
Il tempo passa e un giorno arriva alla porta |
Un gentiluomo d'alta classe con soldi in mano |
E fa una proposta sconveniente |
E dice che si aspetta una risposta, una risposta da João |
«Non metto bombe in edicola |
Nemmeno a scuola per bambini, non lo faccio |
E non proteggo un generale a dieci stelle |
Chi è dietro il tavolo con il culo in mano |
E faresti meglio a uscire da casa mia |
Non giocare mai con i Pesci dello Scorpione in aumento» |
Ma prima di partire, con odio nello sguardo, disse il vecchio |
«Hai perso la vita, fratello mio» |
«Hai perso la vita fratello mio |
Hai perso la vita fratello mio |
Queste parole entreranno nel cuore |
Ne subirò le conseguenze come un cane» |
Non è che il Santo Cristo avesse ragione |
Il suo futuro era incerto e non andava a lavorare |
Mi sono ubriacato e nel mezzo dell'ubriachezza |
Ho scoperto che c'era qualcun altro che lavorava al suo posto |
Ha detto a Pablo che voleva un partner |
E aveva anche soldi e voleva armarsi |
Pablo stava portando contrabbando dalla Bolivia |
E Santo Cristo rivenduto in Planaltina |
Ma capita che un tale Geremia |
Famoso spacciatore di droga, è apparso lì |
Ha appreso dei piani di Santo Cristo |
E decise che, con João, sarebbe finito |
Ma Pablo ha portato un Winchester-22 |
E Santo Cristo sapeva già sparare |
E ha deciso di usare l'arma solo dopo |
Lascia che Jeremiah inizi a combattere |
Jeremiah, ubriacone spudorato |
Ha organizzato Rockonha e fatto ballare tutti |
Giovani donne innocenti devirginate |
La gente diceva di essere credente ma non sapeva pregare |
E Santo Cristo non è a casa da molto tempo |
E il desiderio cominciò a stringere |
«Me ne vado, vado a trovare Maria Lucia |
È ora che ci sposiamo» |
Tornato a casa, pianse |
E al diavolo è andato per la seconda volta |
Sposato con Maria Lucia Jeremias |
E in lei fece un figlio |
Santo Cristo, dentro c'era solo odio |
E poi invocò Geremia per un duello |
«Domani alle due a Ceilândia |
Davanti al lotto 14, ecco dove sto andando |
E puoi scegliere le tue armi |
Che finisco davvero con te, maiale traditore |
Uccido anche Maria Lucia |
Quella finta ragazza a cui ho giurato il mio amore» |
E il Santo Cristo non sapeva cosa fare |
Quando hai visto il reporter televisivo |
Chi ha riportato il duello in TV |
Dire l'ora e il luogo e la ragione |
Sabato poi, alle due |
Tutte le persone sono andate lì senza indugio solo per guardare |
Un uomo che ha sparato alla schiena |
E ha capito bene, il Santo Cristo ha cominciato a sorridere |
Sentendo il sangue in gola |
João ha guardato le bandiere e le persone che applaudivano |
E guardò l'uomo dei gelati e le telecamere e |
Persone della TV che hanno filmato tutto lì |
E ricordò quando era bambino |
E tutto ciò che avevo vissuto fino ad allora |
E ha deciso di entrare in quel ballo una volta per tutte |
«Se la via crucis è diventata un circo, io sono qui» |
E in questo il sole accecava i suoi occhi |
E poi Maria Lucia ha riconosciuto |
Ha portato il Winchester-22 |
L'arma che gli ha dato suo cugino Pablo |
«Geremia, io sono un uomo. |
cosa che non sei |
E non sparo alle spalle |
Guarda qui figlio di puttana, nessuna vergogna |
Guarda il mio sangue e senti il tuo perdono» |
E Santo Cristo con Winchester-22 |
Ha sparato cinque colpi al bandito traditore |
Maria Lucia se ne è pentita in seguito |
E morto insieme a João, il suo protettore |
E il popolo ha dichiarato che João de Santo Cristo |
Era santo perché sapeva morire |
E l'alta borghesia della città |
Non credevano alla storia che hanno visto in TV |
E João non ha ottenuto ciò che voleva |
Quando venne a Brasilia, con il diavolo che aveva |
Voleva parlare con il presidente |
Per aiutare tutte queste persone che fanno solo |
Soffrire |
Nome | Anno |
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