| É um carrapato, uma cola, um chiclete
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| Esse cara do chefe não quer desgrudar
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| Se vai embora, diz logo saúde
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| Se por ventura o cara espirrar
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| Dá sua vida feito um cão de guarda
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| Ele está sempre à disposição
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| E quem do chefe se aproxima
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| Ele olha de quina pra averiguação
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| É malfalado, odiado, invejado
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| Mas sua conduta não é de falhar
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| No fim de semana, o chefe o convida
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| Com sua família pra ir viajar
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| Se toma um porre, o cara lhe socorre
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| Depressa vai pra cozinha fazer logo um chá
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| Já me contaram que ele tem em casa
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| Uma foto do patrão no altar
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| Ele já foi promovido, tomou mais juízo
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| Mudou de religião, virou a casaca
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| E o time que torce, é o mesmo do patrão
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| Botou o nome do patrão no filho e deu
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| A filha dele, orgulhoso para batizar
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| O cara vira bicho se escuta alguém falando
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| Mal do chefe, ele quer brigar
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| Não mede sacrifício e diz que é o seu ofício fazer tudo
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| E mais um pouco que o patrão mandar
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| Se o chefe chora, ele consola, também chora
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| Sem demora pega um lenço para enxugar
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| Se a piada é sem graça, nem disfarça, ele é o primeiro
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| Puxa o coro para gargalhar, é o queridinho do patrão
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| É protegido, baba ovo, pela saco
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| É um carrapato que no saco dá |